terça-feira, 28 de dezembro de 2010

k@94u$Ky


Último conjunto de palavras aleatórias de 2010. Só mesmo a falta de energia pra me fazer escrever em meio a tempos tão insossos. A bateria do notebook segura alguns minutos, mas sem internet... E computador sem internet é um completo caos. Daí resolvi vir aqui escrever [pra só depois postar]. Nem sei onde foram parar as páginas que escrevia no meu outro computador quando momentos de inspiração apareciam. Devem ter desaparecido no cyber espaço junto com meus HDs e Placas Mãe que se derreteram por falta do “fio terra” aqui na instalação elétrica. Deve ter sido por isso que criei um blog. Pura segurança, backup para meus textos enfadonhos, dúbios, infantis e extremamente pessoais.

Ao pensar em vir aqui escrever, imaginei logo sobre que aspecto dele eu iria dissertar. Daí eu lembrei que nenhum, não tenho razão para falar dele, já que eu estou começando [de novo] a me desapegar desse carma. Se bem que analisando friamente o caso, ele é apenas uma criação da minha memória. Na verdade ele não existe. Lembram daquele filme “Uma Mente Brilhante”? Quando já no finalzinho temos o maior susto ao descobrir que o tal colega de quarto do John Nash nunca existiu? Era apenas criação da mente brilhante e esquizofrênica dele? Pois é. Não que eu seja esquizofrênica [Deus me livre] acredito que já passei da idade desse “verme” se alojar na minha mente [ok, verme foi uma forma de falar] – a maior parte das pessoas que sofre desta doença apenas apresenta sintomas após a puberdade. Pois é, acredito que estou inclusa na parcela de pessoas que não nasceram com esse problema [amém]. Mas o fato é que eu acho que eu criei ele na minha cabeça. Não o verme da esquizofrenia, mas o verme do meu carma.

Só um verme, um parasita, se alimenta de você. Vive em você, mas não para te ajudar a crescer, a ser forte; mas para parasitar, sugar o sangue que é seu, se infiltrar nas fantasias que são suas, usurpar os sonhos que são seus... Pois é. O verme que se alimentou três anos da minha mente, da mesma forma simples que entrou, ele saiu. Talvez eu tenha o matado. Talvez ele tenha ido embora por não ter mais o que comer. Sabe? Acho que o fenomenal nisso tudo é você sair disso jogando o cabelo pra trás e falando “eu superei”. O fantástico é você lá no fundo saber que esse foi o curso natural dos fatos. Você insistiu até onde podia, você enlouqueceu até onde a loucura te permitiu, você errou em tudo que poderia ser errado, você foi reprovada em todos os testes nos quais fora submetida. Mas você sorri, mexe no cabelo e fala que superou, que hoje é nova pessoa, que agora é mais esperta. Que nada!

Não tarda a Terra virar e você estar lá cometendo os mesmos erros. Com outros rostos, outros corpos e bocas, mas exatamente os mesmos erros. Sempre o excesso, seguido da inconseqüência, da eterna insistência e por último o fundo do poço. O mesmo percurso que você percorreu todas essas vezes, bateu lá no fundo do poço e machucou a testa; você vai lá e faz tudo errado de novo. É impressionante! Se bem que ninguém admite. Ninguém admite que ficou com B com saudade de A. Que se envolveu com C pra esquecer de B. Que deu pra D pra ver se libertava [enfim] de A. E se casou com B porque A não te quis, C desapareceu e D não te quer ver nem pintada de ouro. Pois é. Mas você tá lá no altar, “linda e loira” jogando o cabelo e dizendo EU VENCI. É, e tem gente que acredita. O pior é que tem gente que acredita que todo aquele glacê no bolo, todos aqueles bem-casados embrulhados e toda essa brancura do seu vestido é amor. Não é desespero, não é decisão errada, não é precipitação, não é reação a uma sociedade [machista] opressora. Não, “é amor”.

Daí o cara vai lá e mata a noiva, o amigo e se mata no meio de seu próprio casamento. E meio mundo de gente fica chocada, traumatizada. Pelo amor de Deus, desde quando casamento foi [ou é] garantia de felicidade? Nem felicidade atual, nem futura. O que traumatizou essas pessoas não foram três pessoas mortas. Foi uma cena dessas ter acontecido num casamento, onde todos deveriam [por lei] estarem felizes e apaixonados. Desculpem acabar com o sonho cor de rosa de vocês, mas assim como há sexo sem amor, há casamento sem felicidade, beijo sem vontade... O mundo é mais podre e mais oco se você analisar tudo de uma ótica mais perversa.

Mas como eu dizia, eu não superei foi nada. A verdade é que ele sumiu da minha vida, e me deu a grande satisfação de perceber o óbvio: eu sei viver sem ele. É furada essa de você dizer que não vive sem o outro. Nem se você tivesse nascido gêmeo, ia significar que você não vai viver sem seu irmão. Quanto mais um cara que não nasceu junto com você, não cresceu com você, que você conheceu um dia desses, mas que agora você diz que é “a sua vida”. Nunca. Você vive sem ele sim. Viveu bem até conhecer ele, como que agora não consegue mais? Consegue sim.

Também percebi que eu estava superestimando o que eu sentia. E eu acho que é isso aí. Aqueles amores de novela, arrebatadores, aquelas mocinhas virgens chorando e se descabelando por um amor que ela acha que é sua vida, isso tudo, é um pseudo-sentimento. É tudo abobrinha, nós criamos, foi fruto da nossa criatividade. O amor é o que a gente pinta. O que a gente cria. Super-estima ou sub-estima. Ele é o que a gente quiser que ele seja. Então se você fizer os cálculos ele só existe pra quem quer. Ou seja, ele é o nada absoluto. Até que alguém vai e soma frio na barriga, com precipitação, com exagero, com hormônios [muitos hormônios] e pronto. Do zero absoluto foi feito o amor. Ou o pseudo-amor. O resto é a realidade. Tudo por baixo desta casca que a gente pinta e dimensiona, é a realidade. O resto é pura ficção. Daí eu respondo: é a arte que imita a vida, não o inverso.

Esses clichês, essas modinhas, esses amores impossíveis, arrebatadores, sempre existiram. E foi a arte que os imitou (talvez mais ou menos açucarado dependendo do autor). Mas a verdade é que isso tudo é criação humana. Pura utopia para não se digerir a existência do zero absoluto. Tudo é artifício para mascarar a necessidade humana de reprodução. Com a evolução da espécie, nós humanos precisamos nos tornar mais seletivos e assim nos tornar uma raça mais forte. Daí essa “melhor seleção” foi trocada por casamento, amor, paixão, o que for. Na verdade, querida, são só seus hormônios dizendo que para ter uma cria mais forte você deve copular com B e não com C. Se você vai querer colocar uma grinalda e chamar um padre para atestar uma decisão que as células do seu corpo tomaram, você tem todo o direito. Só depois não vai querer jogar o cabelo pra trás e dizer que o amor acabou e que você seguiu em frente. Na verdade, ele só deixou de ser seu parceiro ideal, uma vez que seus hormônios estão querendo “carne nova” no pedaço. É tudo questão de química, arte e um pouco de sarcasmo.



 Aldrêycka Albuquerque

sábado, 25 de dezembro de 2010

Sobre a lembrança dele


Com o passar do tempo, foi aos poucos se cansando desse exercício. Começou a achar cada vez mais exaustivas essas tentativas de evocar, de desenterrar, de ressuscitar mais uma vez o que há muito tinha morrido. Na verdade, anos mais tarde, chegaria o dia em que Laila não choraria mais por essa perda. Ao menos, não tanto; não tão constantemente. Chegaria o dia em que os detalhes daquele rosto começariam a escapar às garras da memória, em que o simples fato de ouvir uma mãe chamando o filho de Tariq pela rua não a deixaria inteiramente desnorteada. Não sentiria tanta falta dele como agora, quando a dor de sua ausência não a deixava em paz por um momento sequer - como a dor fantasma de um membro amputado.

Depois de adulta, só muito raramente, quando estava passando um a camisa ou empurrando os filhos no balanço, alguma coisa bem banal, talvez o contato quente do tapete sob os pés num dia de calor, ou o contorno da testa de um estranho, trazia à tona a lembrança daquela tarde. E, de repente, tudo voltava à sua mente.

Trecho do livro:
CIDADE DO SOL (Ten Thousands Splendid Suns)
Khaled Hosseini 
(mesmo autor de O Caçador de Pipas)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Me afogar em você


É inacreditável a necessidade que eu tenho de te guardar intacto em minhas lembranças. Cada olhar, cada sorriso, cada gargalhada, tua voz... Tudo precisa estar empacotado à vacuo e muito bem guardado em minha memória.

Eu agora sei que te perdi. Perdi de vez e nunca mais vou poder ter tuas caras e bocas ou tua gargalhada desconsertada. Deve ser por esse motivo que eu alimento essa obsessão em te guardar intacto em mim. Tudo seu que eu tiver, guardo como puder. Momentos são escritos e gravados. Fotos, armazenadas. Sorrisos, memorizados. Momentos, congelados. Fatos, imortalizados. Seria até romântico se não soasse doentio.

A cada momento como esse, quando eu me afogo em você, percebo o quanto vai ser difícil seguir em frente e te deixar pra trás. Sinceramente, acho que isso nunca vai acontecer. Provavelmente por nunca termos o controle emocional de colocarmos um ponto final nisto tudo. Ou por nunca termos sido maduros o suficiente para enfim decidir alguma coisa. O que eu vejo são duas pessoas fugindo da forma que podem.

Sinceramente a realidade de nunca mais ter você, mais parece uma bolha de sabão enorme, prestes a estourar bem no meu rosto. E eu postergo isso ao máximo. Mas eu sei que uma hora ela vai estourar, e eu preciso estar preparada para isso.

Preciso parar de superestimar tudo isso. Preciso amadurecer. Mas eu trocaria tudo isso por 15min com você. Só mais uma vez te escutar, só mais uma vez rir com você e me aborrecer com seus momentos "desligado do mundo". Eu queria só mais uma vez tentar, e implorar para você não ficar com esses olhos de quem quer, mas não pode. Por que, ora bolas, quem sabe poderíamos ser tudo isso que cada um de nós julga impossível ser.

É dolorido me afogar em você. Me sufocar com tua ausência e me entorpecer com teu perfume. Mas é a forma que eu encontro de te deixar sempre vivo e próximo a mim em minhas lembranças. E a memória é o lugar mais próximo que eu consigo chegar até você. E o único lugar onde ninguém vai poder tirar você de mim - NUNCA.


Aldrêycka Albuquerque




"And I'll always be waiting for you" Shiver - Cold Play



                            
                            

domingo, 12 de dezembro de 2010

Alguém inferior

"Eu já havia amado alguém e perdido esse amor antes. Quando se trata de assuntos do coração, confesso que tenho um modo de pensar meio antiquado. Acredito em almas gêmeas. Todos nós temos um primeiro amor. Quando o meu me abandonou, deixou um buraco bem no meio do meu coração. Por muito tempo pensei que jamais fosse conseguir me recuperar. Havia motivos para isso. Para começar, nosso rompimento parecia incompleto. Mas não importa. Depois que ela me abandonou - sim, porque foi exatamente isso que ela fez -, convenci a mim mesmo de que estava fadado a me conformar com alguém... inferior... ou ficar sozinho para sempre. Então encontrei Sheila."  
DESAPARECIDO PARA SEMPRE, Harlan Coben.



LETRA SEM MELODIA
Isabella Taviani

Eu ando enganando a solidão
Mantendo a casa cheia
Quase nem me reconheço aqui
Tentando sorrir

Brigo por qualquer razão qualquer senão
Eu rasgo o tempo à toa
Vagando nas esquinas da cidade
Que hoje me amaldiçoa

Eu só queria lavar os cabelos do meu amor
Bem que eu merecia repousar sob o cobertor
E como uma criança no seu colo
Dormir em paz em santo solo
Pra ver
Simplesmente o sol nascer

Eu ando remendando coração com paixões vazias
Bocas e mais bocas agonia
Letra sem melodia
Brinco que a felicidade pôs a mesa
Mas me sento só
No centro do meu corpo nu em pêlo
Nada pode ser pior

Eu só queria lavar os cabelos do meu amor
Bem que eu merecia repousar sob o cobertor
E como uma criança no seu colo
Dormir em paz em santo solo
Pra ver
Simplesmente o sol nascer

E no final fica tudo no mesmo
Porque afinal eu sou vazio e desejo
Se amor valeu
Viver valeu
Então sou eu
Valendo eu sem você

terça-feira, 30 de novembro de 2010

I Know Sometimes You Wanna Die

and i know i make you cry
i know sometimes you wanna die
but do you really feel alive without me?
if so, be free
if not, leave him for me



Accidental Babies - Damien Rice

i held you like a lover
happy hands
and your elbow in the appropriate place
and we ignored our others' happy plans
for that delicate look upon your face
our bodies moved and hardened
hurting parts of your garden
with no room for a pardon
in a place where no one knows what we have done

do you come
together ever with him?
is he dark enough
enough to see your light?
do you brush your teeth before you kiss?
do you miss my smell?
is he bold enough to take you on?
do you feel like you belong?
does he drive you wild?
or just mildly free?
what about me?

you held me like a lover
sweaty hands
and my foot in the appropriate place
we used cushions to cover happy glands
and the mild issue of our disgrace
our minds pressed and guarded
while our flesh disregarded
the lack of space for the light-hearted
in the boom that beats our drum

and i know i make you cry
i know sometimes you wanna die
but do you really feel alive without me?
if so be free
if not leave him for me
before one of us has
accidental babies
for we are ...







sábado, 13 de novembro de 2010


"(...) embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio... Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira: compreendo sim."
EXTREMOS DA PAIXÃO - Caio F Abreu





Paixão e Loucura?! Se eu conheço? Lógico que sim! Vivo me equilibrando no fio de nailon entre elas. Aldrêycka Albuquerque

Simply Yours

 
 
I walk this empty street
On the boulevard of broken dreams
Where the city sleeps
And I'm the only one and I walk alone
My shadow's the only one that walks beside me
My shallow heart's the only thing that's beating
Sometimes I wish someone out there will find me
'Til then I walk alone
Green Day - Boulevard of Broken Dreams



Eu quero você espalhado, impregnado na minha pele o dia todo.
Eu quero você do meu lado roubando meu controle remoto.
Eu quero tua língua nos meus abismos mais úmidos e quentes.
Eu quero tua mão em torno dos meus ombros no domingo à tarde.
Eu quero teus cabelos enroscados no meu colo, suavemente.

Eu preciso do teu sorriso inacreditavelmente belo.
Eu preciso da tua risada descompassada que me faz sorrir o corpo.
Eu preciso te ter por inteiro, te consumir até o fim.

Eu quero ficar até às 10h30 na cama, te beijando e falando sobre nossas coisas.
Eu quero te ter passeando pela casa de cueca.
Eu quero ficar apreciando essa tua cara de mistério que você faz tão bem.
Eu quero tua língua amaciando minha pele regularmente, pra minha saúde física e mental.
Eu quero dormir, sentindo tua respiração doce.

Vem que ainda tem tempo.
Tempo de jogar fora o fantasma das reservas e nos jogar por inteiro nisso.
Corre que após tantos anos eu ainda te espero.
Nua, Quente, Macia e Inquieta.


Aldrêycka Albuquerque



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Drummond, um velho apaixonado

 
 

CONSELHO DE UM VELHO APAIXONADO
(Carlos Drummond de Andrade)


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles,fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem essa pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim,tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.

Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR!!!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

sobre ser complicada



Será que você vai sempre me esperar?
Todo quente assim, todo dado, cheio de pretensões e segundas intenções?
Será que quando eu enfim me decidir, você vai estar com todo esse ímpeto? Ou vai começar a relevar e ponderar os fatos?
Você deve se perguntar se o problema é que eu não quero ou que eu não posso...
Essa é fácil: Eu quero. Você não pode.
Eu faço um esforço imenso pra viver na linha.
Você faz um esforço ainda maior para me tirar dela. De forma inconseqüente, selvagem e fatal.
E eu tento acalmar essa bomba-relógio que palpita dentro de mim quando você está por perto. E também quando não está, quando eu apenas penso em você ela já dá sinais de querer explodir.
E enquanto eu tento administrar minhas palavras e o tique taque da bomba-relógio daqui de dentro, tentando dimensionar para você o estrago que ela [você] me faria, você me chama de complicada.
Não querer que tudo vá para os ares e acabe com os caquinhos de coração que ainda me sobraram, é ser complicada?
É [isso sim] ser no mínimo cautelosa. É saber que se eu ceder, eu vou enfim enlouquecer. 
Vou querer ir mais fundo, não ficar só nas bordas.
Vou querer você até o final. 
Vou querer você por inteiro. Por completo.
E isso você não é capaz de me dar. Você sabe disso.

E uma complicada e um superficial nunca dariam certo, né? [you say]


Complicated? Maybe. 
But hot, wet, warm, deep and soft too.


Aldrêycka Albuquerque







TRY A LITTLE TENDERNESS - Michael Bublé

She may be weary
Ela pode estar preocupada
Women do get weary
Mulheres ficam preocupadas
Wearing the same shabby dress
Usando o mesmo vestido velho
And when she's weary
E quando ela se preocupae
Try a little tenderness
Tente tratá-la com carinho

She may be waiting
Ela pode estar esperando
Just anticipating
Apenas antecipando
Things she may never possess
Coisas que ela provavelmente nunca terá
And while she's without them
E enquanto ela estiver sem elas
Try a little tenderness
Tente tratá-la com carinho

It's not just sentimental
Isto não é apenas romântico
She has her grief
Ela tem sua dor
And her cares
E seus cuidados
But a word
Mas uma palavra
So soft and gentle
Tão macia e gentil
Makes it easier to bear
Faz com que isso fique mais fácil de aturar

You won't regret it
Você não vai se arrepender
Women don't forget it
Mulheres não esquecem isso
Love is their whole happiness
O amor é toda a felicidade para elas
And it's all so easy
E isto tudo é tão simples
Try a little tenderness 
Tente tratá-la com carinho

You've gotta try
Você precisa tentar
You've gotta hold her
Você precisa segurá-la
You've gotta squeeze her
Você precisa abraçá-la
You have to try
Você precisa tentar
You've gotta try
Você vai precisar tentar
And always please her
E sempre agradá-la
You won't regret it
Você não vai se arrepender
Try a little tenderness
Tente tratá-la com carinho

 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Eu sempre sou capaz de ir mais fundo


"...uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, de não sentir medo desse mais fundo, você riu..."
 Caio F Abreu


Ele é demais, e tem um blog show com os textos dele! Sigam, já! http://caiofabreu.blogspot.com/

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

tudo significa nada seu eu não tiver você



IF I AIN'T GOT YOU - Maroon 5

Some people live for the fortune
Algumas pessoas vivem para a fortuna

Some people live just for the fame
Algumas pessoas vivem apenas pela fama
 
Some people live for the power, yeah
Algumas pessoas vivem pelo poder, yeah
 
Some people live just to play the game
Algumas pessoas vivem simplesmente para jogarem o jogo
 
Some people think that the physical things
Algumas pessoas acham que as coisas materiais
 
Define what's within
Definem o que elas são por dentro
 
I've been there before
Eu já estive lá
 
But that life's a bore
Mas aquela vida é uma chatice
 
So full of the superficial
Tão cheia de superficialismo
 
Some people want it all
Algumas pessoas querem tudo
 
But I don't want nothing at all
Mas eu não quero nada
 
If it ain't you baby
Se eu não tiver você, baby

If I ain't got you baby
Se eu não tiver você, baby
 
Some people want diamond rings
Algumas pessoas querem anéis de diamante


Some just want everything
Algumas simplesmente querem tudo
 
Everything means nothing
Tudo significa nada
 
If I ain't got you
Seu eu não tiver você
 
Some people search for a fountain
Algumas pessoas procuram por uma fonte
 
Promises forever young
Promessas de juventude eterna
 
Some people need three dozen roses
Algumas pessoas precisam de três dúzias de rosas
 
And that's the only way to prove you love them
E esta é a única forma de você provar que as ama
 
Hand me a world on a silver platter
Me dê o mundo numa bandeja de prata
 
And what good would it be?
E quão bom isso seria?
 
With no one to share, with no one who truely cares for me
Sem ninguém para dividir, sem ninguém que verdadeiramente se importe comigo
 
Some people want it all
Algumas pessoas querem tudo
 
But I don't want nothing at all
Mas eu não quero nada

If it ain't you baby
Se eu não tiver você, baby
 
Nothing in this whole wide world don't mean a thing
Nada neste mundo todo significa nada
 
If I ain't got you with me baby
Se eu não tiver você comigo, baby


 

(versão original, com a diva Alicia Keys)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pedido de Aniversário

Não costumo fazer muita expectativa com meus aniversários. Pra mim cada ano é igual, e não muda de 20 pra 21, ou de 22 pra 23 como agora. A única singularidade esse ano é que irei fazer 23 no dia 23. E isso é, além de bonitinho, bem especial pra mim por que eu amo o número 23. Muito antes do filme [macabro] com Jim Carrey. Eu gosto muito desse número, e após o número 1 é o mais charmoso.
Dessa forma, pensei em fazer uma campanha aqui no blog! Me dê um livro de presente. (kkkkkk) Brincadeira. Só resolvi listar os livros que eu quero ganhar dia 23/11/2010, e que provavelmente eu vou ter que comprá-los ao longo do ano, pois ninguém vai me dar… kkk Muita gente acha brega dar livro de presente. Eu acho um charme, e extremamente tocante. Principalmente se você já leu aquele livro, e vai dar ao outro pra que ele compartilhe com você a experiência. Enfim, segue minha listinha.

untitled


PEQUENA ABELHA
Chris Cleave






QUERIDO JOHN
+
A ÚLTIMA MÚSICA
Nicholas Sparks


Anjo


BEIJADA POR UM ANJO
Vol. 1 + Vol. 2
Elizabeth Chandler




DESAPARECIDO PARA SEMPRE
Harlan Coben





Bem, se isso tudo não me fizer ganhar nada, pelo menos serve de dica pra vocês, caros leitores! :D
Aldrêycka Albuquerque

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mulheres Misteriosas



Uma vez conheci uma moça que poderia disputar o posto de mulher mais encantadora do mundo. Linda e espalhafatosa, ela ria alto, falava alto e tinha uma multidão de amigos – além de uma legião de fãs. Poucas mulheres poderiam ser mais queridas ou mais desejadas, mas ela não estava satisfeita.

Seu sonho, ela me disse, era ser misteriosa. Lembro dela com o rosto parcialmente escondido atrás do batente, me olhando com olhos semicerrados e exibindo nos lábios uma expressão desdenhosa – assim, ela dizia, deveria ser uma mulher realmente sedutora, não aquela coisa luminosa e transparente que ela tinha nascido para ser. Eu ria da inocência dela.

Essa história tem alguns anos, mas não saiu de moda. As mulheres, como os homens, têm na cabeça receitas de como deveriam ser – em oposição aquilo que são de verdade.

Outro dia eu falava sobre isso com uma colega e me lembrei do Clint Eastwood. Eu queria ser como ele quando adolescente. Não falo dos olhos azuis ou da cara de gringo, mas da atitude. Seus personagens no cinema eram lacônicos, distantes, intimidadores. Aquilo era um homem de verdade, eu pensava. Não o garoto cordial e sorridente que eu era.

O tempo passa, mas esses estereótipos não desgrudam de nós. Todos os dias se reúne na nossa cabeça um tribunal que julga nossos atos à luz do que deveríamos ser. E raramente nos saímos bem dessa comparação, homens ou mulheres. Há um déficit de expectativa que vai sendo administrado pela vida afora. O tempo e a maturidade ajudam a reduzir o fardo, mas não o eliminam. Dentro de nós permanece uma voz que critica, compara, critica, compara, critica...

Não sei se adianta dar conselhos sobre essas coisas, mas vou fazer as minhas observações.

As mulheres mais interessantes que eu conheço são originais. Elas não cabem nos dois modelos de sedutora dos filmes, que admite apenas as variedades “misteriosa” e “meiga”. Elas são muito diferentes disso. Algumas são tímidas e nos atraem por causa disso. Outras falam demais e nos provocam ternura. Há as brilhantes e as bravas, cuja aprovação nos parece um prêmio. E as safadas, que, ao nos escolher entre tantas experiências e possibilidades, nos fazem sentir realmente especiais.

Nenhuma dessas mulheres é perfeita. Nenhuma delas saiu de um filme de suspense ou de uma comédia romântica com as falas prontas. Elas são de verdade e por isso erram, gaguejam, bebem demais e às vezes perdem as estribeiras, o que as torna humanas e amáveis, no sentido de poderem ser amadas.

Da minha parte, tenho preferência por seres humanos meio perdidos, que parecem perguntar todos os dias o que os trouxe ao mundo e para quê. As pessoas que nasceram com GPS e sabem a cada momento para onde estão indo não me provocam empatia. Tendo a me apaixonar pelas fragilidades dos outros, assim como outros homens que eu conheço se apaixonam pela força e pela virtude das mulheres. Somos diversos, não somos?

O importante, eu acho, é se livrar dos estereótipos. Hoje em dia a moça que queria ser misteriosa já deve saber que ela é um estouro à sua própria maneira escrachada, assim como eu percebi que o Clint Eastwood é genial na tela, mas não cabe nem por um segundo na minha vida.

A gente vive, vai iluminando os pedaços escuros da alma (e da biografia) e percebe que aquilo que fizemos de nós mesmos é mais interessante do que os personagens do cinema.Os modelos que tinham nos vendido na adolescência ficaram obsoletos. A moda no século 21 é ser você mesmo, sem causar danos aos outros e ao meio ambiente.


Autor: IVAN MARTINS

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Casamento e Desejo



É verdade que um acaba com o outro?

Cerimônias de casamento sempre me deixam um pouco melancólico. Em geral, esse sentimento se acerca na hora dos votos, quando os noivos, diante do padre e dos convidados, fazem a promessa solene e fatídica: amar e respeitar, por toda a vida. Antigamente se dizia “até que a morte nos separe”, mas a formulação foi trocada pela outra, menos mórbida.

Desde que me tornei adulto e tive experiência direta do casamento, passei a ter a impressão de que há uma omissão reveladora no voto matrimonial. Ele fala em “amar e respeitar”, mas não em “desejar”, embora o desejo seja um componente de enorme importância na vida dos casais. Alguém mais romântico dirá que o verbo desejar está implícito no verbo amar, mas eu não acho que seja tão simples.

A mim parece que o verbo desejar é omitido por não termos controle sobre ele. Respeitar é algo que podemos prometer. Depende da nossa vontade quase inteiramente. Amar, por outro lado, é tão abstrato, o verbo esconde tantas variedades de sentimentos, que algum deles, ou a soma deles, é certamente capaz de durar a vida inteira. Amor como carinho. Amor como amizade. Amor como admiração. Amor como dependência e necessidade do outro.

Quem não cabe nessa fórmula é o desejo!

Como se pode prometer desejar alguém para o resto da vida? Desejo é um impulso espontâneo que se manifesta de forma física. Como a raiva ou a repulsa ou o riso. Ele é básico, concreto. Nos homens não pode ser simulado. Ou se tem desejo ou não se tem. Não adianta fingir, embora se possa negar. Pode-se recusar o próprio desejo (aquilo que os religiosos chamariam de tentação) com base em convicções morais ou religiosas. Mas com base nessas mesmas convicções não se pode invocar o desejo. Ele só aparece quando quer, com quem quer.

Vem daí a minha melancolia com as cerimônias de casamento. Eu acredito sem hesitar que as pessoas vão se amar e se respeitar pelo resto da vida. Mas será que vão se desejar? Quanto tempo antes que aquele casal que não consegue tirar as mãos um do outro comece a se olhar com indiferença? Quantos anos antes que o sexo perca a graça e mergulhe em melancólica freqüência mensal ou quinzenal?

Confesso que sou pessimista quanto a isso. Toda vez que uma amiga se queixa que o fulano, seu namorado ou marido, “não é mais como era”, não sei muito bem o que dizer. É assim que acontece. E, ao contrário do que imaginam muitas mulheres, não tem a ver com falta de amor. O sujeito ama, mas não tem mais vontade de transar. Pelo menos não com a mesma frequência e a mesma intensidade. Dá pra entender?

É importante sublinhar a separação entre sexo e amor porque as mulheres enlouquecem com isso. Na cabeça delas sexo e amor (às vezes) formam um só pacote. Logo, se o sujeito já não exibe a mesma rigidez instantânea, só pode ser sinal de que deixou de amar.

Mas isso é loucura, uma vez que as próprias mulheres separam muito bem o seu afeto da sua vontade de fazer sexo. Outro dia eu ouvi a seguinte frase: “Eu não quero transar todo dia, mas quero que ele queira transar comigo todos os dias”. Por quê? Por que senão ela acha que “tem boi na linha”. Vaca, mais propriamente. Mas aí não dá, madame. O sujeito tem de ficar ali, mostrando serviço, para que a senhora não fique insegura? Já pro analista!

Descontadas as piadas, acho que nesse assunto se aplicam as escolhas, como em todos os demais. Quem quer emails apaixonados, olhares gulosos e sexo que vara a noite talvez não deva se casar. Nem morar junto. A vida matrimonial permite uma infinidade de coisas gostosas e importantes, ela dá um sentido especial à existência, mas ela, ao mesmo tempo, broxa uma boa parte dos casais. Pode acontecer com você, apesar do carinho mais imenso e dos votos solenes de casamento

AUTOR: IVAN MARTINS