segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

História sem nome (P5)


História Sem Nome
Parte 05

A garota e Sansão. Sabe um ponto bem interessante da relação destes dois? Eram os olhos. Ambos escondiam segredos no olhar que só eles entendiam. Ela e aqueles olhos castanhos e misteriosos sempre tentando inquirir dele uma reação, mesmo que impulsiva. Em contrapartida o que ele via nos olhos dela era uma charmosa janela para a sensualidade. Sansão por sua vez tinha olhos pequenos cor de caramelo, tinham formato de olhos de peixe morto, como ele mesmo dizia. Mas esses olhos doces guardavam uma luz tão intensa que dilacerava a garota por dentro. Para ela, uma conversa afiada era como brincar com aquelas espadas do Highlander, feixes de luz poderosíssimos e os dois se engalfinhando pelos olhos por qualquer motivo banal. Ele era sexual. Ela era sentimental. É lógico que eles sempre brigavam.

Ele gostava de sempre bancar o idiota, mas ela sempre pensava que ele era uma pessoa bem melhor lá no fundo dos olhos. Já ele passava todo o tempo tentando mostrar a ela o quanto ele era inviável, insensível e machista... Pena ele nunca ter conseguido convence-la disso. Teria evitado algumas dores de cabeça, com certeza. Na verdade a garota gostava de dizer que Sansão trazia um “Id” dentro de si cheio de sentimentos e vontades que o seu “Super Ego” trancafiava de uma forma que só os olhos denunciavam a pessoa linda que tinha lá dentro. Apesar da capa dura, fria e muitas vezes calculista, no fundo tinha um Sansão que só queria se jogar naquela relação. Ela até tentou explicar essa teoria a ele, mas ele riu da cara dela. Ele não era homem de tantas faces. Ele era ele e pronto. Sem Ids, sem Egos nem Super Egos. Pobre tolo esse rapaz, precisava assistir algumas aulas de psicologia para entender o que ela dizia.

Foi aí que eu perguntei a garota o verdadeiro motivo dos dois nunca poderem ficar juntos. O que é que prendia a vontade de ambos, já que ela jurou que sempre sentiu nos olhos dele a força do desejo e a mesma vontade que ele tinha, mas ele se continha. Na verdade ele chegou até ser bem franco com ela, expondo o quanto ele a queria, mas no final das contas ele sempre a quis de um jeito diferente que ela. Ela o queria ao alcance dos olhos, ele a queria numa mesa, rodeada de batatas e besuntada no molho Barbecue. É bem claro que existia um conflito de interesses, mas mesmo assim esse abismo todo entre os dois ainda era meio injustificado. Foi sob este meu questionamento que ela foi categórica: o Sansão tem dona, minha querida. Sempre teve.

Continua...

Aldrêycka Albuquerque


Leia o começo desta história:

Um comentário:

Lucio Gury disse...

COMO ASSIM TEM DONA?????? BEM MISTERIOSA.com.br!! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
gostei do post de hooje... emboraaaa.. como disse... tá bem pulado de um post pro outro.. como uma historia que é narrada puladamente, n estando nem aí pra forma narrativa e outros aspectos literários!!
AMOOO
bjos