sábado, 23 de fevereiro de 2013

[RESENHA] Sem Deixar Rastros - Harlan Coben



Terceiro livro (da série de dez) com o Myron Bolitar, SEM DEIXAR RASTROS (Fade Away) nos ajuda a entender um pouco mais sobre o acidente que levou Myron a desistir do basquete. Como sempre as reviravoltas típicas do Harlan Coben deixam a trama a cada página mais interessante.

Dos livros que li até agora do Myron, acredito que esse é um dos melhores. Muito melhor por sinal, do que minhas últimas leituras da série, o JOGADA MORTAL (2ª) e ALTA TENSÃO (10ª) para não falar de REFÚGIO que o personagem não é o Myron, mas seu sobrinho o Mickey (ou seja, não faz parte da série dos 10 livros). SEM DEIXAR RASTROS realmente é um dos bons, vale a pena a leitura.

Não gosto muito de falar da história pra evitar spoilers. Porém resumidamente, nesta aventura Myron é convidado a voltar a jogar basquete enquanto faz uma investigação (de baixo dos panos) sobre um ex-colega de quadra. Durante a trama, entendemos mais as profundezas da relação de Myron com o basquete e o quanto esse tal amigo é importante no desfecho no qual a vida de Bolitar tomou.

Pois bem, leitura recomedada. E olha a notícia boa! Como este é o quarto livro das aventuras do Myron Bolitar, e aqui no Brasil não temos todos publicados em sequência, ficamos feliz ao descobrir que o mais recente lançamento da Arqueiro é o quinto livro, O PREÇO DA VITÓRIA. Ou seja, se você gostou da resenha e se instigar a ler SEM DEIXAR RASTROS, já pode comprar junto O PREÇO DA VITÓRIA e emendar uma leitura na outra. Legal, né?

E por último, como de costume, um QUOTE para enfeitar a resenha e deixar você ainda com mais vontade de ler.

"Os sonhos nunca morrem. Às vezes achamos que eles estão mortos, mas estão apenas hibernando como um urso velho. E quando a hibernação é muito longa, o urso acorda bravo e faminto."


Aldrêycka Albuquerque

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

O dia que entreguei os pontos





Entregarei os pontos.
Cheguei ao topo da paciência.
Parei pra pensar mais em mim.
Está decidido: falarei. Tudo.
De como começou até como deverá terminar.
E isso não será um pedido de clemência,
Só uma carta de despedida.
Prestação de contas.
Um "você tinha que saber".
Eu não poderia ser egoísta ao ponto de ir embora
Guardando comigo tanto sentimento.

Toma que é teu.
Leva, joga fora, desperdiça.
Faça o que quiser.
Não mais o quero.
Não mais me faz bem.
Vai, que sem você por perto tudo é mais fácil.
Sem ver teu rosto é mais fácil te esquecer.
Vai, que com o tempo eu supero.
E depois, quando tudo passar,
Tudo não passou de brincadeira.
E sorriremos.
Um sorriso amarelo,
Cada um com suas lembranças do passado.

E para quem quiser saber porquê acabou,
Diga que foi a covardia
Ela que deixou passar por entre nossos dedos o amor,
E o bem,
E a tal felicidade.
Igual a areia da praia na palma da mão.
Quanto mais se aperta, sufoca,
Mais ela se esvai
E vai embora pelas frestas dos dedos.



Aldrêycka Albuquerque

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O Pássaro da Tristeza



Bird Of Sorrow
Glen Hansard [TRADUÇÃO LIVRE]


Even if a day feels too long
Mesmo se um dia parecer longo demais

You feel like you can wait another one
Você sente que pode esperar um outro dia

You're slowly givin' up on everything
Você lentamente vem desistindo de tudo

Love is gonna find you again
O amor vai te encontrar novamente

Love is gonna find you, you better be ready then
O amor vai te encontrar, é melhor estar preparada, então.


You been kneelin' in the dark for far too long
Você foi deixada ajoelhada no escuro por tempo demais

You've been waitin' for that spark, but it hasn't come
Você tem esperado por aquela centelha, mas ela não veio.

Well I'm callin' to you, please, get off the floor
Bem, eu estou chamando por você, por favor, saia do chão

A good heart will find you again
Um bom coração vai encontrá-la novamente

A good heart will find you, just be ready then
Um bom coração vai encontrá-la, só fique preparada, então.


Tethered to a bird of sorrow
Amarrada ao Pássaro da Tristeza

A voice that's buried in the hollow
Uma voz que está enterrada no vazio

You've given over to self-deceivin'
Você se entregouo ao auto-engano

You're prostrate bowed, but not believing
Você está prostrada e curvada, mas não está acreditando

You've squandered more than you could borrow
Você disperdiçou mais do que poderia emprestar

You've bet your joys on all tomorrows
Você apostou todas as suas alegrias no amanhã

For the hope of some returnin'
Na esperança de algum retorno

While everything around just burnin'
Enquanto tudo ao redor pega fogo


Come on, we gotta get out,
Vamos lá, vamos sair dessa

Get out of this mess we made
Sair dessa confusão que fizemos

And still for all our talk, we're both so afraid
E apesar de toda nossa conversa, nós dois estamos assustados

Well will we leave this up to chance, like we do everything?
Então nós vamos deixar isso a mercêr da sorte, como fazemos com tudo?

Love is gonna find us again
O amor vai nos encontrar novamente

Love is gonna find us, we gotta be ready then
O amor vai nos encontrar, precisamos estar prontos, então.


But I'm not leavin' you yet
Mas eu ainda não estou te deixando

I'm not leavin' you yet
Eu ainda não estou te deixando.

I'm hangin' on
Eu estou aguentando firme

What's gonna come?
O que há de vir?

I'm hangin' on now
Eu estou aguentando firme agora

Hangin' on
Aguentando

With the faith full
Cheia de fé

I'm with the faith full
Eu estou cheia de fé

I'm hangin' on
Eu estou aguentando firme

What's gonna come?
O que há de vir?

What's gonna come?
O que há de vir?

Hangin' on
Aguentando firme

The faith full
Cheia de fé

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Pós-feministas Incongruentes





Tethered to a bird of sorrow
A voice that's buried in the hollow
You've given over to self-deceiving
You're prostrate bound but not believing
You've squandered more than you could borrow
You bet your joys on all tomorrow
And for the hope of some returning
While everything around you is burning
Bird of Sorrow, Glen Hansard


Um dia desses uma amiga veio me falar do buraco que sentia no peito pelo falta do amor que tinha a deixado. Um duro golpe pra ela, que há seis meses tinha resolvido deixá-lo e quando mudou de idéia, descobriu que agora era ele que não queria mais nada. Cada um teve seu motivo, cada qual com sua razão e certezas. O motivo dele foi mais dramático, um filho. O dela, provavelmente o pós-feminismo. Ou, se me permitirem a expressão, puro excesso de ego. Pelo menos é o que enxergo eu daqui do outro lado, safe and sound.

“Não sei gostar das pessoas pela metade.” Já escrevia Jane Austen em seu romance mais juvenil. E talvez essa afirmação até seja bem adolescente mesmo, prova da totalidade e do binarismo de ser dos jovens. Mas é bem isso, eu também não sou de gostar pela metade, de querer, mas não se importar. Vou fundo em qualquer que seja a relação para que nunca haja dúvidas sobre os meus sentimentos. E é por isso que quando vejo mulheres incongruentes, que deixam passar pelos dedos seus amores, me ponho a pensar... Por que estar com quem se gosta não é o bastante? Pra quê complicar? Procurar desculpas? Dizer “ah, somos tão diferentes” quando o que se quer dizer mesmo é “não tenho coragem de me abrir pro amor”. As mulheres adeptas ao pós-feminismo que impera nos dias de hoje, querem muito, exigem muito do amor e do amado, mas acabam se esquecendo que também precisam ser alguém disposto a oferecer amor para a outra pessoa. Ser alguém capaz de amar tanto quanto exige ser amado. Como se amor se exigisse... Mas me permitam a licença poética.

Hoje as mulheres ditas independentes (as que batizei de pós-feministas), as incendiárias de sutiãs (e corações) dos dias atuais, são neuróticas que vivem reclamando. Como se reclamar do homem fosse prova do poder que elas têm sobre eles, ou pior, prova de sua não-submissão, não-dependência. Mas se isso prova alguma coisa, provaria apenas a loucura dessas mulheres. Acompanhem comigo. Se elas ganham flores, queriam chocolate, se ganham chocolate, eles não têm criatividade nem romantismo; Se eles ligam, elas queriam que não ligassem tanto – está me sufocando! -, mas se não ligam são insensíveis; Se eles as visitam, são grudentos, se não aparecem nas casas delas estão as traindo; E se eles não estão as traindo, eles provavelmente estão traindo – porque eles sempre traem, certo? Errado.

Essa enxurrada de neuras é tudo desculpa. As mulheres hoje pararam de procurar o amor e simplesmente procuram critérios. Critérios para serem atendidos (apenas) pelos homens. Critérios que no final das contas elas nem entendem de verdade, e os criam quando querem e para justificarem suas próprias neuroses. Critérios que são impossíveis de serem atendidos pois são subjetivos demais, confusos demais... Ou seja, as mulheres modernas e independentes deixam seus homens relegados a uma eterna investigação que no final das contas vai provar (sempre) que eles são culpados de qualquer coisa. Que elas não precisam deles para nada. Que eles não prestam, que são insuficientes. E quando eles se cansam e vão embora, elas sofrem. Por quê era tudo aparência. Ela o amava, só não sabia deixar isso claro. Tinha medo de que amar a fizesse parecer fraca.

Mecanismo de defesa. Técnica universalmente utilizada por todas as espécies da Terra. Mas as tais mulheres pós-feministas parecem que estão fazendo errado, tudo errado. Se vocês estão apaixonadas moçoilas, desarmem-se! Se deixem passar por boba, falem o que querem falar de verdade, sejam a primeira a dizer eu te amo. Medo pra quê? Se tiver que acabar, se ele tiver de se mostrar um canalha ou se você se decepcionar, o que vai estar em questão será o caráter dele, e não a sua habilidade de amar. E convenhamos, muito pior que ter amado e ter quebrado a cara, é se perceber incapaz de receber (e dar) amor.

Não esqueçamos que no amor a via é de mão dupla.


Aldrêycka Albuquerque